Por Evoti Leal
Barbeiro e escritor

Quem tem um aparelho de televisão em casa e anda com um celular no bolso, tem duas janelas abertas para o mundo.

Diferentes do que podes ver das janelas de uma casa ou de um apartamento, as imagens que surgem ao alcance dos teus olhos, através destas duas janelinhas fantásticas, estão sempre em movimento. A menor delas, que é a telinha do teu celular, tu a carregas contigo e abres muitas vezes ao dia. E o que vês?

Ultimamente, um cenário de muita tristeza. Muitas pessoas, famílias inteiras, sofrendo perdas que tu mesmo não suportarias sofrer.

Mas, o que mais estás vendo?

Em meio à dor alheia que te toca o coração e te entristece só de vê-la, estás vendo algo de muito bom acontecendo. Paralelamente a tudo isso de ruim, estás vendo muitas pessoas se mobilizando, doando, transportando, indo e vindo, salvando, cuidando, fazendo, cada uma, ou cada grupo delas, algo em prol de minimizar o sofrimento do seu próximo. Desconhecidos ajudando desconhecidos!

O Brasil é um país grande, que tem muitas divisões de estados e de regiões, mas que é um só povo. Um povo que tem alma generosa.

Neste momento, acabaram-se todas as diferenças de crenças religiosas e de crenças políticas. Ninguém pergunta a ninguém: de que religião tu és? Ou: de que lado estás, das ideologias que ainda há pouco se guerreavam e se ofendiam mutuamente?

A solidariedade, a fraternidade, o amor, a compaixão, a empatia, são agora os focos dos maiores telejornais e o que mais se vê nos vídeos do YouTube e do Instagram.

Quem diz que o bem não vende jornal?

É ele que está rendendo os maiores tempos e espaços de todos os jornais e é o que ainda preserva os seus consumidores, pois ninguém mais quer ver só notícias ruins. Todos se comprazem em ver quanto de bem o ser humano ainda é capaz de fazer.

O bem é contagioso!

As pessoas que se mobilizam por conta própria para fazer o bem ao próximo são grandes influenciadoras. Outras, que nada estavam fazendo, começam a sentir vontade de fazer algo, só por ver a quantidade de gente que não pára de ajudar, que se movimenta e que faz uma coisa ou outra, mostrando que tem muitas maneiras de se fazer o bem. E é daí que vem a vontade de fazer também.

Que bom, que essas janelas nos estão mostrando tudo isso.

Já era tempo de mudarmos nossas perspectivas. ​